quinta-feira, janeiro 16, 2003

Virado à Paulista


Paulista tem mania de lutar pelo que quer,
De andar de marcha ré, de correr atrás dos sonhos.
Ele aplica na bolsa, em ações, em amor, em opções.
Arrisca tudo, sem medo de ser tido como "mané".


Paulista é coerente, não faz corpo mole, até quando dói o dente.
Pede um chopp e dois pastel, vive assim, estressado e sorridente.
Quando está na padaria, pede um pão e um pingado,
Passeio em shopping é diversão e a Paulista está no coração.
Ele gosta de museus, atrações e a terra da garoa é a melhor terra que há.

Assim que amanhece o dia, ele corre pro estacionamento,
Abre a porta, fecha o vidro, vai pela contramão.
O horário pede pressa, tem que chegar à reunião
Leva tudo muito à serio, não tem tempo a perder.
Mas quando é amigo, é amigo pra valer!


(Rachel Kizirian)


Onde me abrigo

As vezes tenho dó da gente,
gente daqui que vive correndo,
as vezes para o nada, as vezes para tudo,
assim somos nós paulistas,
orgulhosos de nossa cidade, tristes pelos descasos,
Mas esperançosos pela reconstrução da nossa história.

Lixo na ruas, ruas nuas
Coração de pedra e não a selva
Nas ruas todos me olham
Com poeira nos olhos secos e mortos
No chão se arrastam os rejeitados
Indo ao encontro de homens
De sentimentos cauterizados.

De movimentos vamos vivendo
Na nossa imponente cidade
Cidade onde eu me abrigo
Cidade do dito trabalho
Cheia de poder e perigo
De mistérios e perdição
Mas que esconde em seu interior
Um mundo perdido de muita poesia e amor.

Elio Amadeu





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